sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A Igreja de São Tiago - Alenquer

Car@s Amigos.

Um dos objectivos do Movimento Caminhos Peregrinos é a promoção da preservação do Património Arquitectónico e Histórico ligado aos Caminhos de Peregrinações em geral.

Recentemente e a propósito da Conferência em que fomos oradores  na Igreja de S. Tiago em Lisboa, no passado dia 26 de Julho, tivemos opurtunidade de referir a Igreja de S. Tiago em Alenquer, que actualmente se encontra em ruínas, mas começemos pelo princípio:


           Gravura da Igreja de S. Tiago gentilmente cedida pelo Dr. Filipe Rogeiro


"Situada na encosta norte da colina de Alenquer, esta velha torre solitária, quase destruída e encoberta pelo arvoredo envolvente, é o que hoje resta de uma antiga Igreja, sede de freguesia.

O prior de Santiago, em 1758, diz que "foi quase reedificada toda à custa da Fazenda Real por mercê do Rei D. Afonso VI de 11 de Setembro de 1663”

O Dicionário Geográfico (1747) acrescenta que a Igreja tem “um só altar; no retábulo que é obra moderna está colocada a imagem de Santiago, padroeiro da Igreja, de uma parte, e outra, S. Bento e S. Bernardo. Esta Igreja não tem sacrário por estar em lugar solitário, nem irmandade”

O mesmo documento de 1758 refere que Alenquer foi conquistada por D. Afonso Henriques e que “segundo uma memória antiga a entrou (…) pela porta que hoje se chama postigo de Santiago; e por entender a piedade do Rei conquistador que o Santo Apóstolo o socorrera naquela acção lhe mandava edificar junto da mesma porta, e da parte de fora da muralha uma Igreja que é a Paroquial e Matriz”

A este respeito escreveu Guilherme Henriques (1873): “Há poucos annos acabou-se de a desmoronar para aproveitar o material numa ponte que liga à estrada da Merceana”

Em Novembro de 1895, no Almanach Provinciano, publicado em Alenquer por Jayme Ferreira, escrevia Luiz Carlos Pereira d’Azambuja: “A torre de S. Thiago é um venerável Padrão Histórico, que presentemente está votado ao mais completo desprezo, e cujos restos, que alguma coisa representam, teem direito a serem resguardados do furioso vandalismo d’um povo, que vive mais das tradições, segundo diz o sr. Theophilo Braga na sua história da literatura portugueza, pag12. Ainda esperamos que alguma vereação scismadora e poética, salve os restos da torre de S. Thiago!”
Quase um Século depois, também nós esperamos o mesmo!”

Retirado de: O Concelho de Alenquer, Subsídios para um roteiro de arte e Etnografia, 3ª edição; António de Oliveira Melo, António Rodrigues Guapo, Padre José Eduardo Martins, 3ª edição, pp 192 e foto pp205.


A Torre de S. Tiago numa foto da década de 80







A Torre de S. Tiago numa foto do ano passado:







A localização da Torre em Alenquer e em relação ao ramal da Mercena do Caminho de Fátima/S. Tiago.



Passados 30 anos da primeira foto é bem visível que a torre sineira caiu, e se encontra coberta de ervas.

Possamos nós um dia reconstruir a Igreja de S. Tiago com a dignidade que lhe é merecida!

Ultreya!Deus Ajuda!

Mais informações:
AL Ain Quer
Igrejas de S. Tiago de Palmela e Alenquer

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